Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11624/1643
Autor(es): Silva, João Luís Coletto da
Título: A avaliação emancipatória do ensino médio politécnico : um estudo de caso sobre abordagens da educação física escolar.
Data do documento: 2017
Resumo: Esta dissertação é resultado de uma pesquisa que teve como objetivo compreender e analisar de que forma docentes e discentes, no âmbito da Educação Física, realizaram e compreenderam suas experiências em relação à avaliação emancipatória, no Ensino Médio Politécnico (EMP), durante o último ano de sua vigência, em 2016. A metodologia baseou-se na abordagem qualitativa, com o tipo de estudo de caso etnográfico. Duas escolas da rede pública do Estado do Rio Grande do Sul, localizadas no município de Santa Cruz do Sul, compuseram os cenários da pesquisa empírica. Em cada uma dessas instituições acompanhou-se uma turma de EMP nas aulas do componente Educação Física durante três meses. Os sujeitos colaboradores foram os docentes das referidas turmas, estudantes e supervisão e/ou representante da direção escolar. As técnicas que foram utilizadas para a coleta, organização e análise dos dados constituíram-se de: observação participante das aulas de Educação Física e de um conselho de classe em cada turma/escola; entrevistas semiestruturadas com os docentes e com uma discente de ambas as turmas, um Supervisor Escolar e um Vice-Diretor; e análises documentais. A análise apoiou-se nas seguintes categorias dialéticas: contradição, historicidade e totalidade. As principais categorias de conteúdo foram: abordagens pedagógicas da Educação Física no Ensino Médio, regulação e emancipação. A Educação Física no Ensino Médio apresenta uma variedade de abordagens pedagógicas, muitas das quais podem coexistir e influenciar práticas avaliativas contraditórias. As principais apresentadas nessa dissertação estiveram divididas em dois grandes blocos: as mais conservadoras (higienista, militarista, pedagogicista e competitivista); e as mais sociais ou humanizadoras (desenvolvimentista, promoção da saúde, psicomotora, construtivista-interacionista, jogos cooperativos, aulas abertas, sistêmica, crítico-superadora, cultural, crítico-emancipatória e as delineadas pelos Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Médio). A avaliação da Educação Física nas duas turmas era realizada a partir de critérios semelhantes, baseados na assiduidade e na participação. A avaliação praticada na Escola A esteve mais alinhada ao modelo de avaliação mercadológica e competitiva, apesar de, nas aulas de Educação Física, o docente não utilizar o desempenho corporal e tecnicista como principal critério avaliativo. Nessa instituição, houve uma valorização das práticas avaliativas em consonância com as avaliações regulatórias externas, como o Exame Nacional do Ensino Médio, comprometendo ou diminuindo as condições de possibilidade de uma avaliação com base na democracia e na emancipação dos sujeitos. A Escola B apresentou críticas ao modelo de educação e avaliação capitalista, porém, sua prática esteve desconectada do âmbito de um planejamento mais humanístico, apresentando distorções entre o dito e o praticado. A prática do rolar a bola ou a concepção do fazer por fazer, desassociou o ato de avaliar daquilo que deveria ser a sua essência: a aprendizagem. Como ferramenta avaliativa, o caderno de chamadas foi configurado como o principal instrumento utilizado pelos docentes para compor a avaliação da participação dos alunos nas aulas. Quanto à avaliação do EMP, as duas escolas e os dois docentes do componente apresentaram semelhanças: ambos não inseriram os alunos no centro do processo avaliativo. Dificuldades de se trabalhar com avaliação conceitual em uma cultura escolar baseada na tradição da nota, bem como de se avaliar por área de conhecimento foram alguns obstáculos enfrentados pelos sujeitos em ambas as escolas. Além disso, a falta de investimentos e as condições de trabalho marcadas pela precarização foram pontos que interferiram negativamente para uma prática avaliativa emancipatória no Ensino Médio. Na tensão entre regulatório versus emancipatório não se deve perder a utopia do horizonte, no qual as práticas avaliativas possam, em consonância com as abordagens pedagógicas, contribuir para a conscientização e a democracia.
Resumo em outro idioma: Esta disertación es el resultado de una investigación cuyo objetivo fue comprender y analizar cómo los profesores y estudiantes, en el campo de la Educación Física, realizaron y comprendieron sus experiencias en relación con la evaluación emancipadora, en la Enseñanza Mediana Politécnica (EMP), durante su vigencia, en el año 2016. La metodología se basó en el enfoque cualitativo, con el tipo de estudio de caso etnográfico. Dos escuelas de la red pública de la provincia del Rio Grande do Sul, ubicadas en la ciudad de Santa Cruz do Sul, compusieron los escenarios de investigación empírica. En cada una de estas instituciones se acompañó un grupo de EMP en las clases del componente Educación Física, durante tres meses. Los sujetos colaboradores fueron los docentes de las referidas clases, estudiantes y supervisores y/o representantes de la gestión escolar. Las técnicas que fueron utilizadas para la coleta, organización y análisis de los datos consistieron en: observación participante de las clases de Educación Física y un consejo de clase en cada pandilla/escuela; entrevistas semiestructuradas con maestros y con una estudiante de ambas clases, un supervisor escolar y un subdirector; y análisis documentales. El análisis se apoyó en las siguientes categorías dialécticas: contradicción, historicidad y totalidad. Las principales categorías de contenidos fueron: enfoques pedagógicos de la Educación Física en la Educación Secundaria, regulación y emancipación. La Educación Física en la Enseñanza Mediana presenta una variedad de abordajes pedagógicos, muchos de los cuales pueden coexistir e influenciar prácticas evaluativas contradictorias. Como principales presentadas en esta investigación se dividieron en dos grandes bloques: los más conservadores (higienista, militarista, pedagogos y competitivista); y las más sociales o humanizadoras (de desarrollo, promoción de la salud, psicomotora, constructivista-interaccionista, juegos cooperativos, clases abiertas, sistémico, crítico-superadora, cultural, crítico-emancipador y las delineadas por los Parámetros Curriculares Nacionales de la Enseñanza Mediana). La evaluación de Educación Física en ambas clases era realizada a partir de criterios similares: asiduidad y participación. La evaluación practicada en la Escuela A estuvo más en línea con el modelo de evaluación mercadológica y competitiva, aunque en las clases de Educación Física el profesor no utilizó el desempeño corporal y técnico como principal criterio de evaluación. En esta institución hubo una valoración de las prácticas evaluativas en consonancia con las evaluaciones regulatorias externas, como el Examen Nacional de Secundaria, comprometiendo o disminuyendo las condiciones de posibilidad de una evaluación basada en la democracia y en la emancipación de los sujetos. La escuela B presentó críticas al modelo de educación y evaluación capitalista, pero su práctica estuvo desconectada del ámbito de un planeamiento más humanista, presentando distorsiones entre lo dicho y lo practicado. La práctica del rodar la pelota o la concepción del hacer por hacer, disoció el acto de evaluar de lo que debería ser su esencia: el aprendizaje. Como instrumento de evaluación, el libro de llamadas fue configurado como el instrumento principal utilizado por los profesores para componer la evaluación de la participación de los alumnos en las clases. En cuanto a la evaluación del EMP, las dos escuelas y los dos profesores del componente presentaron similitudes: los dos no colocaron los estudiantes en el centro del proceso de evaluación. Dificultades de se trabajar con la evaluación conceptual en una cultura escolar basada en la tradición de notas, así como de evaluar por área de conocimiento fueron algunos de los obstáculos que enfrentaron los sujetos en ambas escuelas. Además, la falta de investimentos y las condiciones de trabajo marcadas por la precariedad fueron puntos que interferirán negativamente en una práctica evaluativa emancipatoria en el Enseñanza Mediana. En la tensión entre regulatorio versus y emancipatorio no se debe perder la utopía del horizonte, en el cual las prácticas evaluativas puedan, en línea con los enfoques pedagógicos, contribuir para la concientización y la democracia.
Nota: Inclui bibliografia.
Instituição: Universidade de Santa Cruz do Sul
Curso/Programa: Programa de Pós-Graduação em Educação
Tipo de obra: Dissertação de Mestrado
Assunto: Avaliação educacional
Educação física (Ensino médio)
Educação física - Avaliação
Ensino técnico
Orientador(es): Silveira, Éder da Silva
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
João Luis Coletto da Silva.pdf1.41 MBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Este item está licenciado sob uma Licença Creative Commons Creative Commons