Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11624/2019
Autor(es): Lemos, Isabela Cristina
Título: A relação do cuidador com o bebê e a criança pequena em contexto de acolhimento institucional.
Data do documento: 2017
Protocolo CEP: 2.231.103 - 21 de agosto de 2017
Resumo: As práticas de acolhimento institucional às crianças e adolescentes em situação de abandono ou maus-tratos são antigas. Entretanto, é recente o entendimento de que esse ambiente dê suporte não apenas às necessidades físicas, mas que o acolhimento seja breve e perpassado por relações de afeto. No cenário brasileiro, quando há a violação dos direitos dos bebês, crianças e adolescentes, a prática mais utilizada independentemente da faixa etária é o acolhimento institucional. Nesse sentido, a faixa etária dos bebês e crianças pequenas, de zero aos três anos, é considerada por alguns teóricos de extrema importância para o desenvolvimento humano, inclusive ao pensarmos sobre o desenvolvimento psíquico e emocional. Dentro deste contexto, a relação que o bebê e a criança pequena estabelecem com os adultos cuidadores é uma relação de destaque. A partir dessas questões, se percebeu que existem poucas pesquisas enfatizando a faixa etária do zero aos três anos no contexto de acolhimento institucional, apesar da relevância já garantida do começo da vida e das primeiras relações frente ao desenvolvimento dos bebês e crianças pequenas. Dessa forma, o objetivo dessa pesquisa foi conhecer a relação dos cuidadores com os bebês e crianças pequenas em situação de acolhimento em uma instituição localizada no interior do Rio Grande do Sul. Como finalidade também se procurou compreender as representações que cuidador tem sobre seu papel frente o cuidado e as suas percepções sobre o seu trabalho com bebês e crianças pequenas. Para corresponder aos objetivos, foram utilizados enquanto metodologia de pesquisa as entrevistas individuais com os cuidadores que trabalham diariamente com bebês e crianças pequenas e observações do cotidiano. As entrevistas foram transcritas, assim como as observações também foram registradas. Os dados coletados foram analisados a partir da análise de conteúdo, sendo formuladas quatro categorias de análise. A primeira diz respeito da tentativa de as profissionais construírem uma identidade dentro do contexto de acolhimento institucional. Percebe-se uma dificuldade em estabelecer margens claras e definidas a partir das práticas de cuidado e da relação com os bebês e crianças pequenas. A segunda categoria aborda as percepções das cuidadoras acerca dos "pré-requisitos" frente o contato com o bebê neste ambiente. A categoria seguinte ressalta as rupturas, idas e vindas, enfatizando a realidade do acolhimento institucional que é perpassada por essas separações. E a última categoria aborda a questão "tempo" trazida de forma enfática pelas entrevistadas e das implicações para os bebês e crianças pequenas. Tem-se enquanto hipótese que o contato com o bebê e a criança pequena em contexto de acolhimento institucional evoca questões primitivas tornando complexa a compreensão das margens do seu papel. A realidade institucional marcada por inúmeras rupturas pode provocar nas cuidadoras estratégias defensivas frente a relação com o bebê e a criança pequena, onde elas passam a focar a rotina pré-estabelecida e as ações de cuidado físico.
Resumo em outro idioma: The sheltering institucional practices for children and teenagers in abandone or mistreatment situations are antique. However, is recent the understading of this environment to give support not only to the physical needs, but that sheltering has to be short and ran through affect relations. In the Brazilian cenario, when there is babies, children and teenagers’ violation of rights, the practice more often used independently of the age group is the institutional sheltering. In this sense, especially face of toddlers and young children’s age group from zero to three years old, means that this step known for some theorists as “early childhood” is considered of extreme importance to the human development, including emotional and psychological development. Inside this context, the relation the baby and the child establish with adult caregivers is a highlighted relation. From these issues, it has noticed that there are few researches emphasizing the age group from zero to three years in the context of institutional sheltering, despite the relevance already guaranteed from the beginning of life and of the first relations face of babies and children development. In this way, the objective of this research was knowing the relation of the caregivers with babies and young children in sheltering situation at an institution located at the countryside of Rio Grande do Sul. As goal it was searched to understand the representations a caregiver have about their role to the care and their perceptions about their jobs with toddlers and small children. To correspond the objectives were used as research methodology the individual interviews with caregivers who daily work with babies and young children and the quotidian observations. The interviews were transcribed, as well as the observations were registered. The collected data were analysed from the content analysis, being formulated four categories of analysis. The first says about professional’s attempt to built an identity inside the context of institutional sheltering. It’s noticed the difficulty in establishing clear and defined edges from the practices of care and from the relation with toddlers and children. The second heading approaches the caregivers’ perceptions concerning the “prerequisites” face of contact with the baby in this environment. The next category points out the ruptures, comings and goings, emphasizing the reality of the institutional sheltering which is passed by these separations. And the last heading approaches the matter of “time” brought in an emphatic way by the interviewees and of the implications for the babies and young children. As hypothesis, the contact with the baby and the child inside an institutional sheltering context evokes primal issues, making the comprehension of the borders in their role complex. The institutional reality traced by several ruptures may cause defensive strategies in the caregivers in face of the relation with children, where they start to focus the predetermined routine and the actions of physical care.
Nota: Inclui bibliografia.
Instituição: Universidade de Santa Cruz do Sul
Curso/Programa: Curso de Psicologia
Tipo de obra: Trabalho de Conclusão de Curso
Assunto: Crianças - Assistência em instituições
Cuidadores de crianças
Lactentes - Assistência em instituições
Desenvolvimento infantil
Acolhimento
Orientador(es): Silva, Roselaine Berenice Ferreira da
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