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dc.contributor.authorPavan, Daiane-
dc.typeTese de Doutoradopt_BR
dc.language.isopt_BRpt_BR
dc.titleSocialização e mobilidade social : os efeitos do Prouni sobre as trajetórias de vida dos egressos no oeste de Santa Catarina.pt_BR
dc.date.issued2020-
dc.degree.localSanta Cruz do Sulpt_BR
dc.contributor.advisorTirelli, Cláudia-
dc.degree.departmentPrograma de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regionalpt_BR
dc.description.abstractThis study analyses the relation between ProUni (University for All Program) and the social mobility processes of its beneficiaries. The effect of this public policy on life trajectories of graduates from different graduation courses at Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc) between 2009 and 2017 was investigated, having the graduates from this period as empirical clipping. The hypothesis conducting the investigation was supported by the idea of this public policy not applying to all individuals in the same way, although they belong to the same population segment in terms of income and social position. A study focused on an individual scale was conducted, which allowed demonstrating how individual’s backgrounds, constructed along their life trajectories, can result in different dispositions to actions in present contexts. The study was based on theoretical contributions of Bourdieu and Passeron’s studies regarding the reproduction of social inequalities via cultural field, and Bernard Lahire’s critiques towards this approach. Therefore, the study aims to contribute to theoretical discussions concerning the potentialities of access policies to higher education towards the individuals’ processes of upward social mobility, as well as to fostering economic and social development of the regions where these policies occur. The empirical research was developed by analyzing results of the socioeconomic questionnaires of the Exame Nacional de Educação (Enade) from 2009 to 2017, and by the accomplishment of a study of multiple cases, operationalized through twelve semi-structured interviews with graduates from Unoesc. The systematization and analysis of Enade’s data allowed the construction of a socioeconomic and educational profile of the group of graduates in the period, demonstrating that most students declared themselves white, pointing to unequal access to the university environment for historically marginalized populations, such as blacks, brown and indigenous people; other indicators refer to the marital status of most of the interviewees as single and to the fact of living with their parents during graduation, which indicated family support. The interview data analysis had as reference matrix Lahire’s several modalities of socialization, which pointed to the heterogeneity of the formation of individual’s dispositions. The results of this study reinforce Lahire’s thesis concerning the relativity of weight primary dispositions have on individuals’ trajectories, since individuals with the same primary habitus has constructed distinct trajectories based on their other socialization experiences, including the one provided by the university environment. Families are presented as relevant to the formation of the primary habitus, however, it is observed that acquired dispositions may be altered by the incorporation of other socialization experiences, which are going to construct the secondary habitus. Reports highlight that the incorporation of parent’s habitus by children does not occur naturally, as Bourdieu proposed, but rather through motivating actions, such as a walk, as proposed by Lahire. Moreover, for some graduates school has been seen as determining for the valorization of education, whereas for others it has consisted in a place of reproduction of previous social inequalities, through pedagogical actions strengthening the symbolic violence expressed by Bourdieu. The analysis of graduates’ life trajectory demonstrated that social mobility has occurred in horizontal and intergenerational terms, by the increase of the education level between generations and by the improvement of their living conditions. The study reveled that access to higher education, provided by ProUni, has given opportunity to most graduates to change their trajectories, generating processes of upward social mobility. However, these changes cannot be generalized. Although the access to academic titles has fostered the creation of new dispositions through university environment and its socialization, some graduates reported the feeling of frustration regarding their academic formation and their reduced social mobility.pt_BR
dc.description.notaInclui bibliografia.pt_BR
dc.subject.otherProUni (Programa) - Santa Catarinapt_BR
dc.subject.otherEducação e estado - Santa Catarinapt_BR
dc.subject.otherPolítica públicapt_BR
dc.subject.otherMobilidade socialpt_BR
dc.subject.otherEducação - Aspectos sociaispt_BR
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/11624/2773-
dc.date.accessioned2020-08-10T12:17:50Z-
dc.date.available2020-08-10T12:17:50Z-
dc.degree.grantorUniversidade de Santa Cruz do Sulpt_BR
dc.description.resumoEste estudo analisa a relação entre o Programa Universidade para Todos (Prouni) e os processos de mobilidade social dos seus beneficiários. Tendo como recorte empírico os egressos provenientes de distintos cursos de graduação da Universidade do Oeste de Santa Catarina (Unoesc), entre os anos de 2009 a 2017, procurou-se investigar o efeito dessa política pública sobre as trajetórias de vida dos egressos. A hipótese que conduziu a investigação assenta-se na ideia de que a política pública não incide da mesma forma sobre todos os indivíduos, ainda que pertençam a um mesmo segmento populacional em termos de renda e posição social. Com base em um aporte teórico sustentado nos estudos de Bourdieu e Passeron (1964), a respeito da reprodução das desigualdades sociais via campo cultural, e das críticas proferidas a essa abordagem por Bernard Lahire (1980), desenvolveu-se um estudo focado na escala individual, a qual permite demonstrar como as histórias incorporadas nos indivíduos, construídas ao longo das suas trajetórias de vida, podem se traduzir em diferentes disposições para a ação nos contextos presentes. O estudo busca contribuir, dessa forma, para as discussões teóricas em torno das potencialidades das políticas públicas de acesso à educação superior para os processos de mobilidade social ascendente dos indivíduos, bem como para o fomento do desenvolvimento econômico e social das regiões onde se localizam. A pesquisa empírica adotou um modelo quali- quanti, desenvolvido a partir da análise dos resultados dos questionários socioeconômicos do Exame Nacional de Educação (Enade), referentes ao período 2009 a 2017, e da realização de um estudo de casos múltiplos, operacionalizado por meio de doze entrevistas semiestruturadas com egressos da Unoesc. A sistematização e a análise dos dados do Enade permitiram a construção de um perfil socioeconômico e educacional do conjunto de egressos da Unoesc no período, demonstrando que a maioria dos estudantes se declarou de etnia branca, o que evidencia a desigualdade de acesso ao ambiente universitário por populações historicamente marginalizadas, como negros, pardos e indígenas; outro indicador refere-se ao estado civil da maioria dos respondentes, como solteiros e residentes com os pais ou parentes durante a graduação, o que indicou suporte familiar durante o curso. A análise dos dados provenientes das entrevistas teve como matriz de referência as diversas modalidades de socialização propostas por Lahire, as quais apontam para a heterogeneidade da formação das disposições nos indivíduos. Os resultados deste estudo reafirmam a tese de Lahire a respeito da relatividade do peso das disposições primárias sobre as trajetórias individuais, pois indivíduos com o mesmo habitus primário construíram trajetórias distintas com base em outras experiências de socialização que tiveram ao longo da vida, inclusive, a socialização propiciada pelo espaço universitário. As famílias apresentam-se como relevante para a formação do habitus primário, porém, observa-se que as disposições adquiridas podem vir a ser alteradas a partir da incorporação de outras experiências de socialização que formarão o habitus secundário. Os relatos destacam que a incorporação do habitus dos pais para os filhos não acontece de forma natural, como pensado por Bourdieu, mas conforme Lahire, por meio de ações que são entendidas como motivadoras, exemplos para a caminhada. Também a escola figurou para alguns egressos como determinante na valorização do ensino, enquanto que para outros ela consistiu em lócus de reprodução das desigualdades sociais prévias por meio de ações pedagógicas que reforçaram a violência simbólica expressa por Bourdieu. A análise da trajetória de vida dos egressos demonstrou que a mobilidade social aconteceu de maneira horizontal e intergeracional, pelo aumento da escolaridade entre as gerações e pela melhoria nas condições de vida dos egressos. O estudo revelou, nesse sentido, que o acesso ao ensino superior propiciado pelo Prouni oportunizou mudanças nas trajetórias da maioria dos egressos, gerando processos de mobilidade social ascendente. Porém, essas mudanças não podem ser generalizadas, pois ao mesmo tempo que o acesso aos títulos escolares propiciou a criação de novas disposições por intermédio das socializações obtidas no ambiente universitário, alguns egressos manifestaram um sentimento de frustração em relação à sua formação e mobilidade social reduzida.pt_BR
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Desenvolvimento Regional – Mestrado e Doutorado

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