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http://hdl.handle.net/11624/3115
Autor(es): | Silveira, João Francisco de Castro |
Título: | Associações longitudinais entre aptidão cardiorrespiratória, adiposidade e risco cardiometabólico em crianças e adolescentes. |
Data do documento: | 2021 |
Protocolo CEP: | 3.644.667, 16 de outubro de 2019 |
Resumo: | Introdução: Doenças crônicas são líderes em causas de incapacidade e mortalidade no mundo e há vestígios de seu desenvolvimento já na infância e adolescência. O excesso de peso durante esse período é considerado o grande fator de risco para o desenvolvimento de fatores de risco cardiometabólico. Por outro lado, há aqueles que sugerem que atingir bons níveis de aptidão cardiorrespiratória (APCR) pode atenuar os efeitos deletérios associados ao excesso de peso. Objetivo: Verificar o papel mediador exercido pela APCR e pela adiposidade corporal, de maneira separada, na possível associação com o escore contínuo de risco cardiometabólico (ERM) em escolares acompanhados durante um período longitudinal de três anos. Artigo 1: Objetivos: (01) Analisar a estabilidade de fatores de risco cardiometabólico e do ERM em crianças e adolescentes após um acompanhamento de três anos; (02) Verificar as chances de permanecer em maior risco (medido pelo ERM) após um acompanhamento de três anos. Método: Estudo longitudinal observacional que incluiu 354 crianças e adolescentes (155 meninos; 43,8%) que tinham entre 7 e 12 anos no início do estudo. Um ERM foi calculado por meio da soma de escores Z de circunferência da cintura, glicose, pressão arterial sistólica, triglicerídeos e razão entre colesterol total e colesterol de alta densidade divididos por cinco. Um segundo ERM foi calculado incluindo o escore Z de APCR (consumo máximo de oxigênio [VO2máx]; invertido), porém dividido por seis. Coeficientes de estabilidade (r) para os fatores de risco cardiometabólico e os ERMs foram calculados por meio do teste de correlação de Spearman. Além disso, razões de chances de estar em maior risco após três anos e intervalos de confiança (IC) de 95% foram calculadas de acordo com os níveis de risco cardiometabólico, APCR e adiposidade do início do estudo. Resultados: A APCR e os parâmetros antropométricos de adiposidade (circunferência da cintura, índice de massa corporal [IMC] e soma de dobras cutâneas) apresentaram alta estabilidade (r=0,662), enquanto que outros fatores de risco cardiometabólico apresentaram baixa a moderada estabilidade (0,100=r=0,571). A estabilidade dos ERMs foi moderada (r=0,508 sem VO2máx; r=0,588 com VO2máx). Participantes no grupo de risco menos favorável no início do estudo apresentaram 3,81 (IC95%: 2,40 a 6,05) e 4,64 (IC95%: 2,85 a 7,56) mais chances do que o esperado de permanecer nos grupos de risco após três anos (sem e com VO2máx, respectivamente). Além disso, participantes em risco e com os piores níveis de parâmetros antropométricos ou APCR no início do estudo apresentaram, pelo menos, 4,00 vezes mais chances do que o esperado de estarem nos grupos de risco após três anos. Conclusão: APCR e parâmetros antropométricos de adiposidade apresentaram alta estabilidade. Além disso, participantes com os piores níveis de APCR e adiposidade apresentaram maiores chances de permanecer em risco após um acompanhamento de três anos. Artigo 2: Objetivos: (01) Verificar se a APCR e a adiposidade no início do estudo estão associadas com o ERM no segundo período de avaliação; (02) Verificar o papel mediador exercido pela APCR e pela adiposidade, de maneira separada, na possível associação com o ERM em escolares acompanhados durante um período longitudinal de três anos. Método: Estudo longitudinal observacional que incluiu 420 crianças e adolescentes (184 meninos; 43,8%) que tinham entre 7 e 15 anos no início do estudo. Em ambos os períodos, foram avaliados o IMC e a APCR, essa usando um teste indireto submáximo com subsequente conversão de metros percorridos pelo participante durante o teste para VO2máx. Um ERM foi calculado por meio da soma de escores Z de glicose, pressão arterial sistólica, triglicerídeos e razão entre colesterol total e colesterol de alta densidade divididos por quatro. Análises de mediação avaliaram o papel mediador do IMC na relação entre o VO2máx e o ERM e o papel mediador do VO2máx na relação entre o IMC e o ERM. Resultados: A APCR e o IMC do início do estudo foram associados, direta e indiretamente, com o ERM no segundo período de avaliação. Ainda, 59,3% da associação entre APCR e o ERM foi explicada pelo papel mediador do IMC, enquanto que 24,6% da associação entre IMC e o ERM foi explicada pelo papel mediador da APCR. Conclusão: A APCR e o IMC apresentam relação longitudinal recíproca, atuando também como mediadores nas relações com o perfil de risco cardiometabólico. Conclusões Gerais: Tanto a APCR quanto o nível de adiposidade devem ser considerados para melhorar o perfil de saúde cardiometabólico na infância, adolescência e mais tarde durante a vida adulta. Futuros estudos de intervenção que objetivam melhorar o perfil de saúde cardiometabólico de crianças e adolescentes devem levar em consideração essa possível cadeia causal mútua entre APCR e adiposidade em relação ao risco cardiometabólico. |
Resumo em outro idioma: | Introduction: Chronic diseases are the leading cause of disability and mortality in the world and there is evidence supporting that its development starts during childhood and adolescence. The excess weight may be a great risk factor for developing cardiometabolic risk factors. Conversely, there are those who suggest that a better cardiorespiratory fitness (CRF) level can attenuate adverse outcomes associated with excess weight. Objective: To evaluate the separate mediating roles of CRF and adiposity in the possible association with clustered cardiometabolic risk score (cMetS) across a 3-year time span. Manuscript 1: Objectives: (01) To analyze the tracking of cardiometabolic risk factors and cMetS in children and adolescents across a 3-year time span; (02) To verify the odds of staying at higher risk (measured by the cMetS) across a 3-year time span. Method: Observational longitudinal study that included 354 (155 boys; 43.8%) children and adolescents, 7-12 years of age at baseline. A cMetS was calculated by summing the waist circumference, glucose, systolic blood pressure, triglycerides, and the total cholesterol and high-density lipoprotein cholesterol ratio Z-scores divided by five. A second cMetS was calculated including CRF (peak oxygen uptake [VO2peak]; inverted) Z-score, but divided by six. Tracking coefficients (r) for cardiometabolic risk factors and the cMetS were calculated using the Spearman correlation test. Additionally, odds ratios of being at higher risk at follow-up and 95% confidence intervals (CI) according to baseline levels of cMetS, CRF, and adiposity were calculated. Results: CRF and adiposity anthropometric parameters (waist circumference, body mass index [BMI], and sum of skinfolds) presented high tracking (r≥0.662), whereas the other cardiometabolic parameters exhibited low-to-moderate tracking (0.100≤r≤0.571). Tracking was moderate for the cMetS (r≥0.508 without VO2peak; r≥0.588 with VO2peak). Participants in the higher clustered risk group (less favorable) at baseline presented 3.81 (95% CI: 2.40 to 6.05) and 4.64 (95% CI: 2.85 to 7.56) times higher chance of remaining in the higher risk group three years later (without and with VO2peak in the score, respectively). Moreover, participants at risk and in the worst profile regarding anthropometrics or CRF at baseline presented at least 4.00 times higher chance of being in the higher clustered risk group three years later. Conclusion: CRF and adiposity anthropometric parameters presented high tracking. Further, participants with less favorable CRF and adiposity had an increased risk of presenting higher clustered cardiometabolic risk after three years of follow-up. Manuscript 2: Objectives: (01) To evaluate if CRF and adiposity at baseline are associated with the cardiometabolic risk at follow-up; (02) To evaluate the separate mediating roles of CRF and adiposity in the possible association with cMetS. Method: Observational longitudinal study that included 420 (184 boys; 43.8%) children and adolescents, 7-15 years of age at baseline. BMI and CRF were evaluated, the later using an indirect submaximal exercise test, assessed in meters, with subsequent conversion into VO2peak. A cMetS was calculated by summing the glucose, systolic blood pressure, triglycerides, and the total cholesterol and high-density lipoprotein cholesterol ratio Z-scores divided by four. Mediations analyses evaluated the role of BMI in the association between CRF and cMetS, and whether CRF mediated the association between BMI and cMetS. Results: CRF and BMI at baseline were longitudinally associated, either directly or indirectly, with the cMetS at follow-up. also, 59.3% of the association between CRF and cMetS was explained via the mediation role of BMI, whereas, 24.6% of the association between BMI and cMetS was explained via the mediation role of CRF. Conclusion: CRF and BMI present a reciprocal longitudinal relationship, also acting as mediators in the relationships with cardiometabolic risk profile. Final considerations: Both CRF and adiposity should be considered to improve the cardiometabolic health profile in childhood, adolescence, and later in life. Future intervention studies aiming at decreasing the cardiometabolic risk profile in children and adolescents need to account for this possible mutual causal chain between CRF and adiposity in relation to the cardiometabolic risk profile. |
Nota: | Inclui bibliografia. |
Instituição: | Universidade de Santa Cruz do Sul |
Curso/Programa: | Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde |
Tipo de obra: | Dissertação de Mestrado |
Assunto: | Hipertensão Síndrome metabólica Obesidade nos adolescentes Obesidade nas crianças Pressão arterial Aptidão física em crianças Aptidão física em jovens Doença crônica |
Orientador(es): | Pohl, Hildegard Hedwig |
Coorientador(es): | Reuter, Cézane Priscila |
Aparece nas coleções: | Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde - Mestrado e Doutorado |
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