Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11624/3165
Autor(es): Hamid, Amna Muhamad Abder Rauf Muhd Ibrahim
Título: Ritmo intestinal e fatores associados, durante o distanciamento social devido à pandemia da COVID-19, e a influência da microbiota intestinal na gênese da obesidade.
Data do documento: 2020
Resumo: A microbiota intestinal exerce uma série de funções benéficas e essenciais ao organismo humano. O intestino é um órgão fundamental para imunidade e também funciona como gatilho para o surgimento de várias patologias, tais como a obesidade, que está relacionada ao desencadeamento de doenças crônicas não transmissíveis, que pode piorar o prognóstico da COVID-19. Na prática clínica, a avaliação do trânsito intestinal e do funcionamento do intestino por meio de ferramentas como a Escala de Bristol para Consistência das Fezes (EBCF) tem sido bastante utilizada por profissionais de saúde, em virtude da fácil aplicação e baixo custo. Neste âmbito, o objetivo dessa dissertação foi avaliar o ritmo intestinal e fatores associados, durante o distanciamento social devido à pandemia da COVID-19, bem como avaliar a influência da microbiota na gênese da obesidade, segundo dados de revisão de literatura. No Artigo I estão apresentados os resultados obtidos a partir da análise do ritmo do trânsito intestinal de adultos, durante o isolamento social devido à pandemia de COVID-19, associando-se ao sexo, idade, atividade física, estado nutricional, ingestão hídrica e frequência alimentar. Os dados foram obtidos por meio de questionário online. Para avaliar a associação entre as variáveis, foi utilizado o teste qui-quadrado (?2) de Pearson ou exato de Fisher, considerando como nível de significância p<0,05. Nossos resultados demonstraram que, entre os 142 indivíduos avaliados, a maioria apresentou ritmo intestinal adequado (72,5%) durante o período de isolamento social. Foi observado que o ritmo intestinal inadequado foi maior entre as mulheres, quando comparado aos homens (64,1% vs 35,9%); a inadequação também foi maior em indivíduos com até 40 anos em comparação aos indivíduos com mais de 40 anos (74,4% vs 25,6%); e, o percentual de adequação do ritmo intestinal foi maior para os eutróficos comparados aos indivíduos com sobrepeso e obesidade (64,7% vs 35,3%). Quando associado a presença de ritmo intestinal rápido ou lento com os fatores associados, foi verificado uma maior prevalência de ritmo intestinal lento pelos indivíduos que consumiam frequentemente carboidratos simples (63%, p=0,032). No Artigo II estão apresentados os resultados obtidos a partir de uma revisão de literatura sobre a influência da microbiota intestinal na gênese da obesidade, entre os anos 2005 a 2020. Foram realizadas compilações bibliográficas de artigos científicos originais de experimentação animal e ensaios clínicos, nas bases de dados Pubmed e Google acadêmico, utilizando, em várias combinações, os seguintes termos de pesquisa: "Obesidade", "Firmicutes", "Bacteroidetes" e "Microbioma Gastrointestinal", excluindo-se artigos duplicados e sem relação com o tema. Os resultados mostraram, que alguns estudos identificam proporções aumentadas de Firmicutes quando comparada a de Bacteroidetes na microbiota intestinal de obesos, e autores também relatam que há existência da relação entre a obesidade e o tipo de dieta ingerida, influenciando também em mudanças nas proporções dos filos (Firmicutes e Bacteroidetes), mas estas evidências são desconstruídas por outros autores. Pode- se concluir que, durante o distanciamento social devido à pandemia de COVID-19, a maioria dos indivíduos apresentaram ritmo intestinal adequado; mulheres apresentaram prevalência maior de ritmo intestinal inadequado e o ritmo intestinal lento foi associado ao consumo frequente de carboidratos simples. A partir das compilações bibliográficas, observa-se que alguns estudos identificam proporções aumentadas do filo Firmicutes em relação ao filo Bacteroidetes na microbiota de obsesos; também identificam que dietas influenciam nas mudanças das proporções dos filos (Firmicutes e Bacteroidetes), no entanto outros autores descontroem tais evidências. Sugere-se que sejam realizadas mais pesquisas, que possam elucidar o efeito da dieta sobre a microbiota intestinal e identificar quais proporções dos filos Firmicutes e Bacteroidetes estão associadas à obesidade, pois a relação entre a obesidade e a microbiota intestinal humana é altamente complexa e difícil de ser interpretada.
Resumo em outro idioma: The intestinal microbiota has a number of beneficial and essential functions for the human organism. The intestine is a fundamental organ for immunity and also works as a trigger for the appearance of several pathologies, such as obesity, which is related to the onset of chronic non- communicable diseases, which can worsen the prognosis of COVID-19. In clinical practice, assessment of intestinal transit and bowel function using tools such as the Bristol Stool Consistency Scale (EBCF) has been widely used by healthcare professionals, due to its easy application and low cost. In this context, the objective of this dissertation was to evaluate the intestinal rhythm and associated factors, during social distance due to the pandemic of COVID- 19, as well as to evaluate the influence of the microbiota in the genesis of obesity, according to literature review data. Article I presents the results obtained from the analysis of the rhythm of intestinal transit of adults, during social isolation due to the pandemic of COVID-19, associated with sex, age, physical activity, nutritional status, water intake and frequency to feed. The data were obtained through an online questionnaire. Pearson's chi-square test (χ2) or Fisher's exact test was used to assess the association between variables, considering a significance level of p <0.05. Our results showed that, among the 142 individuals evaluated, the majority had an adequate intestinal rhythm (72.5%) during the period of social isolation. It was observed that the inadequate intestinal rhythm was higher among women, when compared to men (64.1% vs 35.9%); inadequacy was also greater in individuals up to 40 years old compared to individuals over 40 years old (74.4% vs 25.6%); and, the percentage of adequacy of the intestinal rhythm was higher for eutrophic individuals compared to individuals with overweight and obesity (64.7% vs 35.3%). When associated with the presence of fast or slow intestinal rhythm with the associated factors, a higher prevalence of slow intestinal rhythm was found by individuals who frequently consumed simple carbohydrates (63%, p = 0.032). Article II presents the results obtained from a literature review on the influence of the intestinal microbiota on the genesis of obesity, between the years 2005 to 2020. Bibliographic compilations of original scientific articles on animal experimentation and clinical trials were carried out, based on Pubmed and Google academic data, using, in various combinations, the following search terms: “Obesity”, “Firmicutes”, “Bacteroidetes” and “Gastrointestinal Microbioma”, excluding duplicate articles and unrelated to the topic. The results showed that some studies identify increased proportions of Firmicutes when compared to Bacteroidetes in the intestinal microbiota of obese individuals, and authors also report that there is a relationship between obesity and the type of diet ingested, also influencing changes in the proportions of phyla (Firmicutes and Bacteroidetes), but this evidence is deconstructed by other authors. It can be concluded that, during social distance due to the pandemic of COVID-19, most individuals had an adequate intestinal rhythm; women had a higher prevalence of inadequate intestinal rhythm and a slow intestinal rhythm was associated with frequent consumption of simple carbohydrates. From the bibliographic compilations, it is observed that some studies identify increased proportions of the phylum Firmicutes in relation to the phylum Bacteroidetes in the obsessional microbiota; they also identify which diets influence changes in the proportions of the phyla (Firmicutes and Bacteroidetes), however other authors disregard such evidence. It is suggested that further research be carried out, which can elucidate the effect of the diet on the intestinal microbiota and identify which proportions of the phyla Firmicutes and Bacteroidetes are associated with obesity, since the relationship between obesity and the human intestinal microbiota is highly complex and difficult to be interpreted.
Nota: Inclui bibliografia.
Instituição: Universidade de Santa Cruz do Sul
Curso/Programa: Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde
Tipo de obra: Dissertação de Mestrado
Assunto: Microbioma gastrointestinal
Fezes
Comportamento alimentar
Obesidade
Intestinos
Infecções por Coronavirus
Isolamento social
Orientador(es): Franke, Silvia Isabel Rech
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde - Mestrado e Doutorado

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