Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11624/3393
Autor(es): Moraes, Mariana Hintz
Título: Reflexões sobre a escuta psicológica no atendimento de mulheres vítimas de violência.
Data do documento: 2022
Resumo: A violência doméstica contra a mulher constitui-se como um problema histórico de saúde devido principalmente ao comprometimento físico e psicológico, sendo, inclusive, uma das principais causas de morbidade e mortalidade feminina. As marcas deixadas por tais violências por vezes ultrapassam o aspecto físico, afetando principalmente o psicológico, comprometendo a saúde mental da mulher e fazendo com que a vítima necessite de acompanhamento de profissionais qualificados, dependendo do caso. Na atualidade, mesmo com a grande potência dessa temática, ainda é notória a necessidade de reflexões aprofundadas acerca das formas de manejo, escuta e desafios dos profissionais que atendem essas situações. Diante desse contexto, o presente estudo busca investigar e compreender as percepções de psicólogos clínicos sobre a prática de psicoterapia com mulheres vítimas de violência doméstica. Para isso, a pesquisa adotou o método qualitativo, no qual foram realizadas entrevistas semiestruturadas com nove psicólogos clínicos que possuíam experiência em atendimentos terapêuticos com vítimas de violência. Após a realização das entrevistas, os dados foram submetidos a análise de conteúdo de Laurence Bardin, no qual foram separadas em quatro categorias principais: "busca por ajuda e suas inquietudes"; "expressões do sofrimento: tessituras entre corpo e cultura"; "o processo clínico e a violência" e "de mulher para mulher: os atravessamentos da escuta". Os resultados apontam para um entendimento de que embora já se tenham tido muitas conquistas e avanços, ainda o enfrentamento da violência contra mulher carece do rompimento de diversas barreiras manifestadas em comportamentos naturalizados, herdados de sujeitos estruturados na lógica do patriarcalismo, nos machismos e preconceitos que culpabilizam as vítimas pelas próprias agressões sofridas. Percebe-se a necessidade dos profissionais de estarem atentos(as), sobretudo, para não reproduzirem situações de violência contra mulheres, cuidado ao estabelecer vínculo com uma mulher fragilizada, para que a relação sutilmente não seja pautada no autoritarismo e na reprodução de discursos enraizados.
Nota: Inclui bibliografia.
Instituição: Universidade de Santa Cruz do Sul
Curso/Programa: Curso de Psicologia
Tipo de obra: Trabalho de Conclusão de Curso
Assunto: Violência contra as mulheres
Psicólogos
Psicoterapia
Escuta (Psicologia)
Orientador(es): Silva, Jerto Cardoso da
Aparece nas coleções:Psicologia

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