Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11624/3597
Autor(es): Santos, Carina Ferreira dos
Título: Crianças e infâncias : educação e temporalidade dos começos.
Data do documento: 2023
Resumo: Nesta escrita ensaística aproximo educação, filosofia e psicologia com o objetivo de interrogar o tempo de estar sendo em uma infância para compreender a temporalidade dos começos na ação educativa com crianças. A tendência contemporânea de tornar a educação previsível e sem riscos, cada vez mais concebida como produção eficaz de determinadas habilidades e competências, exige eliminar da ação e educar a processualidade do tempo e a imprevisibilidade do agir no mundo tanto das crianças quanto dos adultos. Para resistir, a escrita ensaia outro modo de imaginar e interrogar a educação de crianças desde a abertura à experiência de interrogar-me estando numa condição infantil, inventiva, como se fosse pela primeira vez, inaugurando começos em mim pela compreensão de que posso ser a pergunta que busco pensar com outros Aprender a pensar a pergunta se torna um modo de abertura ao desconhecido, ao imprevisível, a inauguração de inícios na experiência educacional. A infância como condição da experiência de linguagem me direciona a possibilidade de interrogar outras temporalidades possíveis para habitar a educação de crianças pequenas. A problemática que apresento corresponde à questão educacional de interrogar o tempo de infância para pensar os começos ao longo da vida, pensar as infâncias que marcam as primeiras vezes, como movimento inaugural no mundo, o qual atravessa e se atualiza em todas as idades. A infância permanece em nós pela sua atualização que se dá no encontro com o outro na coexistência mundana. A opção pelo caminho filosófico me permite interrogar palavras e gestos e a mim mesma, para dar sentido ao que me acontece, como infância do pensamento, como disponibilidade para pensar de outro modo, exercitar o pensamento. Esta ação educacional foi mobilizada pela interrogação: somos capazes de não dizer o que será uma criança? Somos capazes de não tornar garantida, previsível e explicativa a educação de crianças? Que outros tempos são possíveis habitar na educação de crianças? A escrita-ensaio alterna a primeira pessoa do singular com a do plural por estar entrelaçada com outras escritas a partir de Maurice Merleau-Ponty, Hannah Arendt e Giorgio Agamben, além de Walter Kohan, Jorge Larrosa, Carlos Skliar. O desafio educacional foi tensionar certezas para correr o risco de interrogar o meu encontro com crianças e infâncias - que se inserem e inauguram - no mundo como experiência de linguagem. Nesta aproximação tenho o privilégio de me educar na experiência mundana por estar situada em um tempo de infância como abertura para o novo em coexistência com outras crianças e infâncias. A escrita-ensaio nasce de um andar errante que me permite inaugurar começos em mim pela experiência de pensamento, em outra temporalidade.
Resumo em outro idioma: In this essay I bring education, philosophy, and psychology closer to each other to question the length of being in childhood as well as understanding the temporality of the beginnings in children’s education. The ongoing tendency of understanding education as the production of abilities making it predictable and riskless demands the elimination, on children and adults, of time procedurally and unpredictability of acting from education in the world. In order to resist the writing practices, another way of imagining and questioning children’s education since the beginning of the experience of questioning myself as a child for the first time, discovering new beginnings having as a grasp that I can be the interrogation which I try to reflect with others. Learning how to think about the question becomes a way to achieve the unknown, the unpredictable, the opening for new beginnings in education. Considering childhood as a condition of language experience that leads me to the possibility of questioning other possible temporalities in order to inhabit young children’s education. The issue I present refers to ask questions about the childhood to think about the beginnings throughout life considering that the beginnings faced in childhood are remarkable and updated in all ages. Our childhood remains on us by being updated every time we meet and coexist with others. The philosophical discussion allows me to query about words, gestures, and myself to provide meaning to things that happen to me as the childhood of thought. Philosophy allows to look at words as possibilities to think differently. This action was guided by the questions: are we capable of not saying what a child will be? Are we capable of not turning children’s education something guaranteed, predictable and explainable? What other time periods are possible in children’s education? The essay was written in first-person singular and first-person plural once it is related to the writing of Maurice Merleau-Ponty, Hannah Arendt, Giorgio Agamben, Walter Kohan, Jorge Larrosa, and Carlos Skliar. The challenge was to question the certainties to provide the risk of questioning the meeting with children and childhoods that enter the world as language experience. This approximation granted me the opportunity of educating myself in a worldly experience as I was situated in childhood as well as opened to the coexistence with other children and other childhoods. This essay has its origin in a wandering that allows me to open to new beginnings through the experience of thinking in another temporality.
Nota: Inclui bibliografia.
Instituição: Universidade de Santa Cruz do Sul
Curso/Programa: Programa de Pós-Graduação em Educação
Tipo de obra: Dissertação de Mestrado
Assunto: Educação de crianças
Infância
Educação
Tempo - Filosofia
Orientador(es): Richter, Sandra Regina Simonis
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Educação – Mestrado e Doutorado

Arquivos associados a este item:
Arquivo Descrição TamanhoFormato 
Carina Ferreira dos Santos.pdf734.18 kBAdobe PDFVisualizar/Abrir


Este item está licenciado sob uma Licença Creative Commons Creative Commons