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Autor(es): Lehnhard, Aline Rosso
Título: O papel mediador e moderador da aptidão cardiorrespiratória na relação entre tempo de tela, adiposidade e os níveis de aptidão física em escolares de Santa Cruz do Sul : um estudo de coorte prospectiva.
Data do documento: 2023
Resumo: Introdução: Os atuais padrões e comportamentos de vida, caracterizados pelo aumento do uso de telas, pelo consumo alimentar inadequado e a redução do gasto energético, vem ocasionando perdas significativas para a saúde da população, inclusive de crianças e adolescentes, com um substancial aumento na frequência de excesso de peso, redução da prática de atividade física e consequente declínio nos níveis de aptidão física. Objetivo: Verificar o papel mediador e moderador da aptidão cardiorrespiratória (APCR) na relação entre tempo de tela, estado nutricional e os níveis de aptidão física em uma coorte de escolares acompanhados por um período de três anos. Artigo I: Objetivo: Mapear a associação e verificar a direção das relações entre APCR, tempo de tela e estado nutricional em crianças e adolescentes, por meio de uma revisão sistemática. Métodos: Busca de artigos originais, publicados entre o ano de 2000 e março de 2023, seguindo as recomendações PRISMA, nas bases de dados Web of Science, Scopus e Medline. Os artigos deveriam necessariamente avaliar e/ou testar relações entre as variáveis consideradas: APCR, tempo de tela e estado nutricional em crianças e adolescentes. Resultados: Foram encontrados 210 artigos inicialmente, e após refinamento da pesquisa, conforme os desfechos pretendidos, 34 artigos originais foram avaliados de forma qualitativa. Conclusão: As variáveis de saúde, como APCR, tempo de tela e estado nutricional seguem com dados negativamente alarmantes nesta população, e estão correlacionadas fortemente, demonstrando que a modificação de uma delas pode vir a interferir nas demais. Manuscrito II: Objetivo: Examinar a associação longitudinal recíproca entre os componentes de aptidão física ao longo de um período de três anos. Método: Estudo longitudinal de coorte retrospectiva de três anos, com 420 participantes. A primeira avaliação foi realizada em 2011/2012 (baseline) e a segunda avaliação em 2014/2015 (follow-up), sendo a média de idade de 10,50±2,05 anos e 13,18±1,96 anos, respectivamente. A aptidão física e o Índice de Massa Corporal (IMC) foram avaliados conforme os protocolos do Projeto Esporte Brasil - PROESP-Br. Os dados foram analisados de forma descritiva por media e desvio padrão, e após foi utilizado o teste t de amostras pareadas para comparação dos dois momentos. As associações totais, diretas e indiretas dos componentes de aptidão física no baseline e no follow-up por meio das variáveis mediadoras (IMC e aptidão cardiorrespiratória [APCR]) foram testadas pelo modelo de mediação múltipla paralela utilizado na análise de mínimos quadrados ordinários. Resultados: Foram verificadas melhorias de desempenho do baseline para o follow-up para toda a amostra; no entanto, quando estratificada por sexo, a flexibilidade para as meninas não demonstrou melhores resultados. Também foi verificado que um desempenho bom no baseline nos componentes agilidade, força de membros inferiores, força de membros superiores e velocidade esteve associado a um melhor desempenho de APCR no follow-up, demonstrando estabilidade ao longo do tempo. Por outro lado, não houve evidência de que os componentes de aptidão física no início do estudo tenham seus resultados do follow-up influenciados indiretamente pelo IMC. Conclusão: Existe uma relação recíproca entre os componentes de aptidão física. Além disso, as relações entre os componentes no baseline e follow-up foram mediadas pela APCR, indicando que há associação entre melhores desempenhos de agilidade, força de membros inferiores, força de membros superiores e velocidade, na linha de base, com um melhor nível de APCR no acompanhamento. Assim, os resultados reforçam a importância de se buscar bons níveis de aptidão física geral desde a infância. Manuscrito III: Objetivo: examinar o papel moderador das mudanças na APCR na relação entre o tempo de tela no baseline e a circunferência da cintura (CC) após três anos de acompanhamento de crianças e adolescentes. Métodos: Estudo longitudinal de coorte retrospectiva de três anos, com 401 participantes, com média de 10,47±0,20 anos na primeira avaliação (2011/2012) e média de 13,14±0,18 anos na segunda avaliação (2014/2015). A APCR e a CC foram avaliadas conforme os protocolos do PROESP-Br, já o tempo de tela foi avaliado por questionário autorreportado, somando o tempo diário em minutos em que o escolar assistia televisão, jogava videogame e usava o computador. O VO2máx foi identificada de forma indireta, por predição. Foi realizada análise descritiva dos dados dos escolares no baseline e no follow-up após três anos. A análise de moderação foi realizada pelo macro PROCESS para SPSS, e a identificação das interações entre a variável moderadora (∆VO2máx) na relação entre as variáveis tempo de tela e CC, sendo o modelo ajustado para sexo, idade, maturação sexual e CC no baseline. Resultados: A mudança do VO2máx atuou como moderadora na relação entre tempo de tela no baseline e CC após três anos no follow-up, e foi verificado que a partir de um aumento de 6 ml/min/kg no VO2máx, se o indivíduo apresentar um menor tempo de tela, consequentemente terá uma menor CC. Na comparação entre o tercil baixo, médio e alto do VO2máx, observam-se valores de CC mais baixos no tercil mais alto, independentemente do tempo de tela. Desta forma, ressalta-se a necessidade de intervenções não só focadas na aptidão física, mas também na redução do tempo de tela de crianças e adolescentes. Conclusão: Mudanças na APCR moderam a relação entre o tempo de tela basal e a circunferência da cintura de crianças e adolescentes após 3 anos de acompanhamento, indicando que um aumento no VO2max parece influenciar positivamente na redução dos valores da CC, principalmente quando combinado com um tempo de tela mais curto. Portanto, os achados do presente estudo sugerem que o VO2max desempenha um papel importante na relação entre o tempo de tela e a CC. Desta forma, visando melhores níveis de adiposidade corporal e saúde geral, é relevante aliar melhores níveis de APCR com menor tempo gasto em frente às telas. Conclusões gerais: Os níveis de APCR, tempo de tela e estado nutricional de crianças e adolescentes se apresentaram inadequados para a saúde, tendo sido evidenciada correlação entre estas variáveis. Foi verificado que existe uma relação recíproca entre os componentes da aptidão física de escolares ao longo de um período de três anos, e a APCR é mediadora destas relações, não tendo o IMC demonstrado o mesmo efeito. Desta forma, enfatiza-se a necessidade de intervenções mais efetivas na aptidão física de crianças e adolescentes, devido a sua importância na saúde geral.
Resumo em outro idioma: The study aimed to carry out a systematic review, with the aim of mapping the relationships between cardiorespiratory fitness, screen time and nutritional status in children and adolescents, as well as verifying the direction of these relationships. The search was carried out according to the PRISMA recommendations, in the Web of Science, Scopus, and Medline databases. Complete and original studies, published between 2000 and March 2023, that evaluated the variables cited concomitantly and / or associations were included. 210 articles were identified, and after refinement according to outcomes, 34 documents were evaluated qualitatively. It can be seen that the health variables, such as cardiorespiratory fitness, screen time and weight status, continue with negatively alarming data in this population, and that they are strongly correlated, demonstrating that the modification of one of them may interfere with the others , thus improving the health status of children and adolescents. Purpose: The aim of this study was to examine the moderating role of changes in cardiorespiratory fitness (CRF) in the relation between baseline screen time and waist circumference (WC) after 3-years of follow-up of children and adolescents. Methods: 3-year longitudinal observational study with 401 students, seven to 15 years of age at the beginning of the study. The CRF measurement was evaluated by indirect calculation of the maximum oxygen volume (VO2max). The evaluation of the time spent in front of the screens, was performed by a self-reported questionnaire. Moderation analyses were tested using multiple linear regression models, with adjustments for gender, age, sexual maturation, and WC at baseline. Results: We found a direct interaction term between the change of CRF and screen time with WC (p=0.045), indicating that CRF acts as a moderator in the relationship between screen time and WC. It was observed that from 6.14 ml/min/kg in VO2max the relation between screen time and WC was direct, indicating that a lower WC value is observed when there is a shorter time in front of the screens and a higher CRF. Conclusion: Changes in CRF moderate the relation between baseline screen time and WC in children and adolescents after 3-years of follow-up.
Nota: Inclui bibliografia.
Instituição: Universidade de Santa Cruz do Sul
Curso/Programa: Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde
Tipo de obra: Tese de Doutorado
Assunto: Obesidade
Síndrome metabólica
Obesidade abdominal
Adolescentes
Estilo de vida
Aptidão física
Exercícios físicos
Orientador(es): Franke, Silvia Isabel Rech
Coorientador(es): Reuter, Cézane Priscila
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde - Mestrado e Doutorado

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