Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11624/3799
Autor(es): Jantsch, Daniela Cristine
Título: O cheiro da vida dos outros: o espaço dos corpos negros no romance Solitária, de Eliana Alves Cruz.
Data do documento: 2024
Resumo: A jornalista e escritora negra Eliana Alves Cruz vem pensando suas obras dentro de um projeto literário comprometido em desnudar o racismo estrutural presente no âmago do Brasil, desconstruindo também o imaginário subserviente ligado aos corpos negros como resquício de uma herança colonial que desconhece e/ou desvaloriza as contribuições da população afrodiaspórica ao atual cenário literário-artístico-econômico-político-social. Assim, a presente Dissertação emergiu da intenção de analisar as relações interseccionalizadas por gênero, classe e raça a partir do espaço dos corpos negros de Codinha, Eunice e Mabel, no romance Solitária, de Eliana Alves Cruz, visando perceber o racismo estrutural. Para tanto, a narrativa está entrelaçada aos Estudos Literários de Conceição Evaristo (2009), Eduardo de Assis Duarte (2023), Luiz Silva Cuti (2010) e Regina Dalcastagnè (2012) e ainda aos Estudos Sociológicos desenvolvidos pelas pesquisadoras negras Beatriz Nascimento (2021), Grada Kilomba (2019), Juliana Teixeira (2021), Maria Aparecida Silva Bento (2022), Nilma Lino Gomes (2019), Sueli Carneiro (2011) e Patrícia Hill Collins (2016), já que a obra em questão está permeada dos constitutivos da 'experiência do ser negro'. Ao longo da dissertação, foi possível pontuar como o racismo estrutural submete os corpos negros a determinados espaços sociais, inflingindo-lhes violências que atualizam opressões sofridas nos tempos da escravização e as realoca na senzala moderna também denominada quartinho da empregada. Por outro lado, a narrativa de Solitária demonstra que a Lei nº 12.711/2012 (Lei de Cotas Raciais) e suas alterações pode ser classificada como um instrumento de reparação histórica e de acesso à Universidade brasileira porque permitiu que as pretagonistas se movessem e remodelassem suas existências. Além disso, a pesquisa aponta que a Mediação em Leitura a partir da Literatura de Autoria Negra torna-se uma ferramenta de percepção e de combate ao racismo estrutural, bem como à promoção da Educação para as Relações Étnico-Raciais e de Letramento Racial que visam desenvolver uma consciência crítica frente às questões raciais, contribuindo também para uma sala de aula mais afetiva e respeitosa com a diversidade que constitui cada discente.
Resumo em outro idioma: La periodista y escritora negra Eliana Alves Cruz viene pensando sus obras dentro de un proyecto literario comprometido en desnudar el racismo estructural presente en el ámago de Brasil, deshaciendo también el imaginario subalterno relacionado a los cuerpos negros como vestigio de una herencia colonial que desconoce y/o desvalora las contribuciones de la población afrodiaspórica al actual escenario literário-artístico-econômico-político-social. Así, la presente tesis emergió de la intención de analizar las relaciones interseccionalizadas por género, clase y raza a partir del espacio de los cuerpos negros de Codinha, Eunice y Mabel, en la novela Solitária, de Eliana Alves Cruz, anhelando percibir también lo racismo estructural. Con este propósito, la narrativa está entrelazada a los Estudios Literarios de Conceição Evaristo (2009), Eduardo de Assis Duarte (2023), Luiz Silva Cuti (2010) y Regina Dalcastagnè (2012) y aún a los Estudios Sociológicos desarrollados por las investigadoras negras Beatriz Nascimento (2021), Grada Kilomba (2019), Juliana Teixeira (2021), Maria Aparecida Silva Bento (2022), Nilma Lino Gomes (2019), Sueli Carneiro (2011) y Patrícia Hill Collins (2016) ya que la obra en cuestión está permeada de los constitutivos de la ‘experiencia del ser negro’. A lo largo de la tesis, fue posible señalar como el racismo estructural somete los cuerpos negros a determinados espacios sociales, inflingiéndoles violencias que actualizan opresiones sufridas en los tiempos de la esclavización y las reemplaza en la senzala moderna también nombrada quartinho da empregada. Por otro lado, la narrativa de Solitária enseña que la Ley nº 12.711/2012 (Ley de Cuotas Raciales) y sus câmbios ser clasificada como un instrumento de reparación histórica y de acceso a la Universidad brasileña permitió que las pretagonistas se moviesen y remodelasen sus existencias. Además de eso, la investigación indica que la Mediación en Lectura a partir de la Literatura de Autoría Negra se convierte en una herramienta de percepción y de combate del racismo estructural, así como de promoción de la Educación para las Relaciones Étnico-raciales y de Letramento Racial Crítico que visan desarrollar una conciencia crítica frente a las cuestiones raciales, contribuyendo también para una clase más afectiva y respetuosa con la diversidad que constituye cada discente.
Nota: Inclui bibliografia.
Instituição: Universidade de Santa Cruz do Sul
Curso/Programa: Programa de Pós-Graduação em Letras
Tipo de obra: Dissertação de Mestrado
Assunto: Cruz, Eliana Alves, 1966-. Solitária - Crítica e interpretação
Negros na literatura
Empregadas domésticas
Racismo
Mulheres - Condições sociais
Negras
Mulheres na literatura
Feminismo e literatura
Orientador(es): Gustsack, Felipe
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Letras – Mestrado e Doutorado

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