Use este identificador para citar ou linkar para este item: http://hdl.handle.net/11624/3908
Autor(es): Jung, Vanessa Regina
Título: Curvas de crescimento em escolares no período da infância até a adolescência.
Data do documento: 2024
Resumo: Introdução: Existem diferentes abordagens para descrever o desenvolvimento e os padrões de crescimento infantil, que abarcam desde a estatura até o peso, desde o nascimento até a puberdade. As curvas de crescimento são empregadas para detectar, monitorar e acompanhar a saúde de escolares, sendo especialmente eficazes na identificação de distúrbios nutricionais. Objetivo geral: Construir as curvas de crescimento para uma amostra de escolares referentes ao período da infância, puberdade e adolescência. Artigo 1 - Objetivo: Construir curvas de crescimento para IMC e altura de crianças e adolescentes em áreas urbanas e rurais no sul do Brasil. Palavras-chaves: Curvas de crescimento, Método LMS, Puberdade, Estirão de crescimento, Zona urbana-rural. Método: Trata-se de um estudo transversal incluindo 4.802 crianças em idade escolar de ambos os sexos, com idades de 7 a 18 anos, em uma cidade no sul do Brasil durante os anos de 2014 a 2017. Curvas de crescimento normativas para altura e IMC foram construídas usando o método LMS. As curvas foram construídas separadamente para sexo e área de residência (urbana e rural). As curvas de crescimento foram comparadas com as curvas padrão propostas pela OMS em 2007. Resultados: As curvas de crescimento em altura exibiram um padrão semelhante à curva de crescimento da OMS de 2007. A exceção notável foi para os meninos rurais, que apresentaram uma taxa de crescimento contínua até os 18 anos, ao contrário dos meninos urbanos e da curva da OMS, que mostraram estabilização a partir dos 15 anos. O IMC exibiu uma trajetória de crescimento linear para ambos os sexos e áreas, desviando do padrão estabelecido pela OMS de 2007. O pico máximo de crescimento foi para meninos urbanos aos 13 anos, com 6,2 cm/ano. Por outro lado, os meninos rurais mostraram uma velocidade de crescimento constante de 5,8 cm/ano. As meninas urbanas atingiram um pico de crescimento de 6,2 cm/ano aos 10 anos, enquanto as meninas rurais tiveram um pico de 5,9 cm/ano aos 10,2 anos. Considerações finais: Não foram encontradas diferenças significativas no tempo de puberdade entre as áreas rurais e urbanas. Os achados do presente estudo ressaltam a necessidade de construir curvas de crescimento específicas para cada população, cada uma com seu próprio conjunto de pontos de corte que delimitam os limites da normalidade. Artigo 2: Objetivo: Gerar curvas de crescimento para o parâmetro hematócrito em crianças e adolescentes com idade de 6 a 18 anos e determinar a prevalência de anemia por classe socioeconômica. Palavras-chaves: Gráficos de crescimento, Método LMS, Hematócrito, Anemia. Método: Trata-se de um estudo transversal utilizando dados coletados entre 2014 e 2017 no sul do Brasil. A amostra do estudo é composta por 4.802 crianças em idade escolar, com idades de 6 a 18 anos. As curvas de crescimento para hematócrito específico por sexo foram desenvolvidas usando o método LMS (Lambda-Mu-Sigma). A classificação simplificada em três classes de status econômico foi gerada de acordo com os critérios propostos pela Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa (ABEP), como A + B, C e D + E. Resultados: Entre os meninos, 58 (2,86%) eram anêmicos, 1.955 (94,81%) tinham níveis normais de hematócrito e 48 (2,33%) apresentavam hematócrito elevado. As meninas mostraram um padrão semelhante, com 73 (2,73%) anêmicas, 2.534 (94,90%) com hematócrito normal e 63 (2,36%) com hematócrito elevado. Para as meninas, observou-se uma maior prevalência de hematócrito não anêmico na classe A (39,33%) em comparação com as crianças anêmicas (23,28%), com resíduos padronizados significativos. Para os meninos, resíduos significativos foram observados para uma maior prevalência de crianças anêmicas na classe socioeconômica baixa DE (13,79%) em comparação com crianças não anêmicas (5,18%), e uma maior prevalência de crianças não anêmicas na classe socioeconômica alta A (42,63%) em comparação com crianças anêmicas (22,41%). Considerações finais: As curvas de crescimento de hematócrito são, portanto, clinicamente úteis para rastrear anemia em crianças e adolescentes, já que o hematócrito é um teste rápido e de baixo custo. Estas curvas permitiram a comparação da prevalência de anemia entre as classes socioeconômicas. Foi encontrada uma maior prevalência de anemia entre os meninos das classes socioeconômicas mais baixas, enquanto as meninas das classes socioeconômicas mais altas apresentaram uma menor prevalência de anemia. Considerações finais da dissertação: A análise das curvas de crescimento de altura e IMC, não identificou diferenças significativas no tempo de puberdade entre áreas rurais e urbanas, com o início da puberdade ocorrendo de forma semelhante para ambos os sexos entre 10 e 14 anos. Já as curvas de crescimento de hematócrito são, portanto, clinicamente úteis para rastrear anemia em crianças e adolescentes, já que o hematócrito é um teste rápido e de baixo custo. Novas coletas de dados precisam ser realizadas para que as curvas de crescimento sejam atualizadas, também destaca-se a importância da construção de curvas de crescimento para diferentes regiões do país.
Resumo em outro idioma: patterns of children, encompassing everything from height to weight, from birth to puberty. Growth charts are used to detect, monitor, and track the health of schoolchildren, being especially effective in identifying nutritional disorders. General objective: To develop growth charts for a sample of schoolchildren during childhood, puberty, and adolescence. Article 1 - Objective: To create growth charts for BMI and height of children and adolescents in urban and rural areas in southern Brazil. Keywords: Growth curve; LMS method; Puberty; Growth spurt; Urban-rural zone. Method: This is a cross-sectional study including 4,802 schoolchildren of both sexes, aged 7 to 18 years, in a city in southern Brazil during the years 2014 to 2017. Normative growth charts for height and BMI were constructed using the LMS method. The charts were created separately for sex and area of residence (urban and rural). The growth charts were compared with the standard charts proposed by WHO in 2007. Results: The height growth charts displayed a pattern similar to the 2007 WHO growth chart. The notable exception was rural boys, who showed a continuous growth rate until age 18, unlike urban boys and the WHO chart, which showed stabilization from age 15. BMI exhibited a linear growth trajectory for both sexes and areas, deviating from the pattern established by the 2007 WHO charts. The maximum growth peak was for urban boys at age 13, with 6.2 cm/year. On the other hand, rural boys showed a constant growth rate of 5.8 cm/year. Urban girls reached a growth peak of 6.2 cm/year at age 10, while rural girls had a peak of 5.9 cm/year at 10.2 years. Final considerations: No significant differences were found in pubertal timing between rural and urban areas. The findings of this study highlight the need to develop growth charts specific to each population, each with its own set of cut-off points that define the boundaries of normality. Article 2 - Objective: To generate growth charts for hematocrit levels in children and adolescents aged 6 to 18 years and to determine the prevalence of anemia by socioeconomic class. Keywords: Growth charts; LMS method; Hematocrit; Anemia. Method: This is a cross-sectional study using data collected between 2014 and 2017 in southern Brazil. The study sample consisted of 4,802 schoolchildren aged 6 to 18 years. Hematocrit growth charts specific to sex were developed using the LMS (Lambda-Mu-Sigma) method. The simplified classification into three socioeconomic status classes was generated according to the criteria proposed by the Brazilian Association of Research Companies (ABEP), classified as A + B, C, and D + E. Results: Among boys, 58 (2.86%) were anemic, 1,955 (94.81%) had normal hematocrit levels, and 48 (2.33%) had elevated hematocrit. The girls showed a similar pattern, with 73 (2.73%) anemic, 2,534 (94.90%) with normal hematocrit, and 63 (2.36%) with elevated hematocrit. For girls, a higher prevalence of non-anemic hematocrit was observed in class A (39.33%) compared to anemic children (23.28%), with significant standardized residuals. For boys, significant residuals were observed for a higher prevalence of anemic children in the lower socioeconomic class DE (13.79%) compared to non-anemic children (5.18%), and a higher prevalence of non-anemic children in the higher socioeconomic class A (42.63%) compared to anemic children (22.41%). Final considerations: Hematocrit growth charts are therefore clinically useful for screening anemia in children and adolescents, as hematocrit is a quick and low-cost test. These charts allowed the comparison of anemia prevalence across socioeconomic classes. A higher prevalence of anemia was found among boys from lower socioeconomic classes, while girls from higher socioeconomic classes showed a lower prevalence of anemia. Final considerations of the dissertation: The analysis of the height and BMI growth charts did not identify significant differences in pubertal timing between rural and urban areas, with the onset of puberty occurring similarly for both sexes between the ages of 10 and 14. Hematocrit growth charts are therefore clinically useful for screening anemia in children and adolescents, as hematocrit is a quick and low-cost test. New data collections need to be carried out to update the growth charts, and the importance of developing growth charts for different regions of the country is also highlighted.
Nota: Inclui bibliografia.
Instituição: Universidade de Santa Cruz do Sul
Curso/Programa: Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde
Tipo de obra: Dissertação de Mestrado
Assunto: Desenvolvimento infantil
Crianças - Antropometria
Orientador(es): Rieger, Alexandre
Coorientador(es): Reuter, Cézane Priscila
Aparece nas coleções:Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde - Mestrado e Doutorado

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