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http://hdl.handle.net/11624/551
Autor(es): | Jardim, Emmanuel Brandolff |
Título: | Uma investigação sobre as possíveis causas e consequências da crise financeira de 2008 e sua relação com a hegemonia mundial dos Estados Unidos. |
Data do documento: | 2013 |
Resumo: | A crise financeira de 2008, cujo estopim foi a falência do banco de investimentos estadunidense Lehman Brothers, trouxe implicações a nível mundial, sendo que seus efeitos são sentidos cinco anos após a crise. Considerando isso, e tendo em vista que o epicentro da crise ocorreu no atual Estado hegemônico no sistema internacional, os Estados Unidos, o objetivo do presente trabalho foi investigar as possíveis causas e consequências da crise financeira de 2008 e sua relação com a hegemonia mundial dos Estados Unidos. A metodologia do trabalho pautou-se pela pesquisa bibliográfica, histórico-descritiva, explicativa e exploratória, com análise predominantemente qualitativa e com procedimentos hipotético-dedutivos. Como resultados, pode-se afirmar que a pesquisa confirmou a hipótese de que as origens da crise financeira de 2008 podem ser encontradas nas respostas dos Estados Unidos ao seu declínio hegemônico a partir de meados da década de 1960. Medidas como o rompimento unilateral estadunidense, no começo do decênio de 1970, ao sistema de paridades fixas entre as moedas nacionais e o dólar e o fim da livre-conversibilidade dólar-ouro, bem como a elevação da taxa de juros do Federal Reserve em 1979, mudaram o próprio funcionamento do sistema financeiro internacional, tornando-o mais instável e propenso a originar crises financeiras. A retomada da hegemonia dos Estados Unidos na década de 1980 deu-se via meios financeiros e o que seguiu a isso (variadas crises financeiras internacionais e aumento da especulação a nível global) refletiu-se no surgimento da conjuntura que levou à falência do Lehman Brothers e à crise subsequente. Para Giovanni Arrighi, a expansão da hegemonia mundial por meios financeiros denotaria o término do seu ciclo sistêmico de acumulação, bem como de sua capacidade de -governar- as demais nações. Entretanto, parece não haver candidato a assumir essa lacuna hegemônica, pois a China (segunda maior economia mundial) ainda é inferior aos Estados Unidos em termos políticos, econômicos e militares, além de não querer assumir esse papel no curto prazo. Um -grupo hegemônico de nações- também seria improvável no momento, à medida que os BRICS (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) ainda não teriam capacidade de coordenação para apresentar alternativas de reorganização do sistema internacional. Além disso, a pesquisa mostrou que cada hegemonia mundial (Países-Baixos, Grã-Bretanha e Estados Unidos) esteve atrelada a um tipo de pensamento econômico dominante, o que constituir-se-ia em um requisito para a liderança intelectual e moral do Estado hegemônico. Ao entrar em declínio hegemônico a partir de meados da década de 1960, os Estados Unidos lideraram um retorno gradual às ideias e práticas liberais, em detrimento das políticas keynesianas usadas a partir do final da Segunda Guerra Mundial. O neoliberalismo, então, serviu como um legitimador das mudanças na economia mundial nos decênios seguintes. Apesar disso, mesmo a crise de 2008 não trouxe grandes reveses à predominância do pensamento neoliberal, indicando, junto com a consideração de não haver outra possível hegemonia mundial no curto prazo, que o período de transição marcado pelo declínio hegemônico dos Estados Unidos tende a ser prolongado. |
Resumo em outro idioma: | global damages, even five years after the crisis. Regarding it and by knowing that the crisis has started in the United States (world hegemony), the present study objectives inquire about possible causes and consequences of the 2008 financial crisis and relate it with United States world hegemony. The methodology was guided by blbliographic, historical-descriptive, explanatory and exploratory research methods, with qualitative analysis and hypothetical-deductive procedures. As a result, this study confirmed the hypothesis that 2008 financial crisis origins can be found in the reactions of the United States to its hegemonic decline from the mid-1960s. The end of Bretton Woods agreements at the beginning of the 1970s and the Federal Reserve higher interest rates from 1979 to the mid-1980s changed the international financial system functioning, making it more unstable and prone to other financial crises. The United States hegemony revival in the 1980s was happened by financial means and what came next (more international financial crises and increased global speculation) reflected in the scene that led to the Lehman Brothers bankruptcy and the subsequent crisis. According to Giovanni Arrighi, the world hegemony expansion by financial ways means the end of its systemic cycle of accumulation, as well as its ability to “rule” the other nations. However, there seems not to be a “candidate” to take this hegemonic gap. China (the world‟s second largest economy) is still lower than United States in political, economic and militar terms, and it doesn‟t want take on this role in the short term. A “hegemonic group of nations” are also unlikely at the moment, regarding that the BRICS (group constituted by Brazil, Russia, India, China and South Africa) still wouldn‟t have coordination capacity to present alternatives for international system reorganization. Furthermore, this study has shown that each world hegemony (Netherlands, Great Britain and the United States) was related to a kind of mainstream economics, which would be a requirement for the hegemony intellectual and moral leadership. After its hegemonic decline beginning, the United States led a gradual return of the liberal ideas and practices, with less Keynesian policies (base of its hegemony after World War II). The “Neoliberalism” was used to legitimize changes in the world economy. Nevertheless, even the 2008 financial crisis hasn‟t brought major negative effects to the predominance of neoliberal thought. It indicates, along with no other possible world hegemony in the short term, that the transition period of United States declining hegemony tends to be longstanding. |
Nota: | Inclui bibliografia. |
Instituição: | Universidade de Santa Cruz do Sul |
Curso/Programa: | Curso de Relações Internacionais |
Tipo de obra: | Trabalho de Conclusão de Curso |
Assunto: | Crises financeiras Hegemonia - Estados Unidos Capitalismo |
Orientador(es): | Siqueira, Oscar Graeff |
Aparece nas coleções: | Relações Internacionais |
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